Equipe Especializa e Interdisciplinar
As equipes interdisciplinares consideram o paciente como um todo, com uma postura humanizada e uma abordagem mais ampla e resolutiva do caso e se reúnem para decidir quais serão os objetivos para o paciente.
Para Piaget (1981, p.52), a interdisciplinaridade pode ser entendida como o “intercâmbio mútuo e integração recíproca entre várias ciências”.
A interdisciplinaridade, para o autor, é uma interação entre as ciências, que deveria conduzir à transdisciplinaridade, sendo esta última, concepção que se traduz em não haver mais fronteiras entre as disciplinas.
Os membros do grupo interdisciplinar devem trabalhar de acordo com os limites e especificidades de sua formação, mas conhecendo a ação individual de cada um dos outros membros. Essa é a principal vantagem de se ter uma equipe interdisciplinar.
As reuniões para acerto de arestas e novas orientações, caso necessárias devem ser frequentes. É preciso ter em mente que trabalhar em equipe é mais do que agregar profissionais a mera multidisciplinaridade. Só existe equipe quando todos conhecem os objetivos, estão cientes da necessidade de alcançá-los e desenvolvem uma visão crítica a respeito do desempenho de cada um e do grupo.
Práticas Baseadas em Evidência - PBE
No Instituto Sophia foram desenvolvidos pelo corpo técnico 23 protocolos de atendimentos com PRÁTICAS BASEADA EM EVIDÊNCIA.
Vamos entender um pouco o que seria isso?
Neuroplasticidade Cerebral e a Infância
O conceito de reabilitar inclui diagnóstico, intervenção precoce, utilização adequada de recursos tecnológicos, continuidade de atenção, e diversidade de modalidades de atendimentos, além de base científica e profissionais capacitados. Visa à compensação da perda da funcionalidade do indivíduo, à melhoria ou manutenção da qualidade de vida e à inclusão social (RIBEIRO, 2010). Para Coelho e Lobo (2004), o trabalho de reabilitação deve englobar tanto o aspecto técnico quanto o da cidadania da pessoa com deficiência, que tem o direito de fazer escolhas e de ser a autora de sua própria história.
As evidências científicas de alta complexidade indicaram que os mecanismos subjacentes à plasticidade neural e à recuperação de função têm bases fundamentada e constituem uma área de muito aprendizado no processo da reabilitação Infantil.
A plasticidade neural e a recuperação comportamental nas crianças com lesão cerebrais, alterações neuronais e recuperação comportamental permitiu verificar a ocorrência de mudanças morfológicas e funcionais das estruturas nervosas relacionadas com o comportamento. Os estudos referentes à plasticidade neural demonstraram que o Sistema Nervoso Central é mais plástico do que se pode imaginar.
Ao mesmo tempo, é possível afirmar, já temos dados coerentes de como o comportamento altera a morfologia e a função do sistema nervoso e vice-versa. O resultado geral é um belíssimo e instigante conjunto de resultados, com possibilidades de aplicação em diferentes aspectos clínicos comportamentais e neurológicos, principalmente referentes ao desenvolvimento infantil, o que contribuiu para minimização dos efeitos e a minimização do Risco Social vivenciado pelas pessoas com deficiência na fase adulta.
A neuroplasticidade se dá principalmente na infância, fase em que as crianças adquirem novos conhecimentos e comportamentos sociais de forma constante.
Graficamente, podemos elucidar o desenvolvimento da rede neuronal nos dois primeiros anos de vida. São 700 mil novas conexões POR SEGUNDO. Nesse período precisa-se formar conexões significativas, conexões fortes, conexões que vão formar a base para as outras conexões da vida toda!
É por isso que os primeiros anos de vida são considerados “a janela de oportunidade”, permanecendo ao longo de toda a infância.
O trabalho integrado realizado pela equipe de Reabilitação Infantil do Instituto Sophia é baseado no conceito de neuroplasticidade, segundo o qual é possível remodelar a função cerebral por meio de estímulos, sejam eles motores, sensoriais ou cognitivos (para aprendizado). É assim que qualquer criança se desenvolve ao longo do tempo, aprendendo novas habilidades e adquirindo conhecimento do mundo. A metodologia utilizada oferece estímulos voltados ao desenvolvimento das potencialidades funcionais, apropriadas para a faixa etária e conforme a necessidade da criança.
A neuroplasticidade é base da ciência e norteadora dos tratamentos na infância, pois conforme exposto, é na primeira infância que temos a grande Janela de oportunidades e o momento crucial para o desenvolvimento humano.